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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Terceira Parte - Entrevista com Vera Egito

Vera Egito - Diretora de Espalhadas pelo Ar
Sobre a produção do filme - curta-metragem premiado no Cinesul 2008 - trailer:http://myspacetv.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=29828475

7) Como você fez a preparação de atores? Qual o processo para a atriz entrar no personagem?

Trabalhei com uma adolescente não atriz, a Renata, e com uma atriz profissional, a Ana Carolina. Foi muito interessante unir essas duas maneiras de trabalhar. Uma mais intuitiva e outra mais técnica.
Para a preparação do elenco eu contei com o trabalho da Carolina Ziskind. A Carô, que escreveu o roteiro comigo, também é atriz, então foi perfeita a participação dela como preparadora de elenco já que ela conhecia o roteiro e o trabalho de ator.
A Rê fazia Veri, uma adolescente um pouco tímida, mas de muita personalidade. E a Rê é mais ou menos assim na vida real. Então o trabalho dela foi mais intuitivo, mais sensível, ela só precisava viver as situações propostas com o máximo de naturalidade possível.
Já com a Ana Carol foi diferente. Ela é uma mulher luminosa, extrovertida, divertida. E a Cora, a personagem, é uma mulher que vive um momento de reflexão,de introspecção, quase melancólica. O trabalho da Ana Carol foi o de amarrar toda essa energia vital dela para fazer uma Cora contida, observadora. Ela se saiu muito bem. É uma atriz, além de lindíssima, muito talentosa, com presença de tela.

8) Gostei principalmente de um dos planos finais do filme, em que apenas os pés de Cora aparecem e depois cai seu vestido sobre eles. O que você quis traduzir por esse plano? Era o momento máximo da transformação de Cora?

Sim. Era o momento de afirmação dessa transformação que de fato começa quando ela decide terminar o casamento. Ela se encantou pela transgressão das meninas na escada e a confirmação de sua própria liberdade era viver o que as meninas viviam. Esse plano foi muito polêmico durante o processo de montagem. Alguns colaboradores achavam um plano muito longo, achavam que não funcionava. Mas algo me dizia que essa demora em o vestido cair era justamente o melhor do plano. É bom ouvir você falando que gosta desse momento.

9) Você gosta do resultado final do filme?

Entendi que depois que o filme vai pra tela ele deixa de ser o seu bebê. A partir do processo de produção, a idéia sai da sua cabeça pra se materializar e isso implica em transformações, erros e acertos.
Gosto do resultado final. Gosto muito do filme. Às vezes vejo nele uma ingenuidade, uma pureza que poderia talvez ser negativa, mas na verdade, ela é bonita. É meu primeiro filme e o primeiro filme da equipe inteira. Foi feito com muito amor, com aquela coragem cega de primeira vez. Impossível não ter essa candura.

10) Quais são seus planos para o futuro?

Meus planos agora são filmar mais dois curtas. O primeiro é o Elo. Eu escrevi um conto no ano passado, adaptei pra roteiro e enviei pro Prêmio Estímulo de Curta-metragens do Estado de São Paulo. O roteiro foi premiado e agora estamos em fase de pré-produção na Ioiô Filmes. Filmamos em três semanas. O filme se passa em 1982 e mostra um dia muito marcante na vida de uma adolescente e do país inteiro.
O outro projeto se chama 25. Foi um roteiro que escrevi a partir de uma idéia original do Heitor Dhalia. O projeto foi premiado pelo Edital de Curta-metragens da Prefeitura de São Paulo no começo desse ano e conta a estória de um adolescente, filho de um mafioso coreano da Rua 25 de março. O 25 também é uma produção Ioiô Filmes e deve estar pronto em abril de 2009, mas ainda não temos data para a filmagem.
Esses são meus principais planos pro futuro.

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