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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Aprop


“O sonho interrompido pelo roçar de uma pele conhecida. A leve caricia de um dedo que cruza as costas. O suspiro daquela voz que te convida a brincar. Os gestos mais cotidianos se transformam, vistos de perto, numa dança extraordinária.”


Aprop com direção de Aitor Echevarria é um filme encantador, um balé de dois corpos nus. Sem exageros, a nudez mostrada como arte e pura beleza. As duas atrizes/ dançarinas Carolina Alejos e Silvia Marin em uma dança minuciosa de pequenos movimentos, braços se encontrando com braços, pernas em mesmo ângulo, fazem uma coreografia lindíssima e muito bem cuidada. O filme cuja tradução é De Perto, mostra planos muito próximos, a pele, os pêlos, as curvas. A primeira cena é apenas uma linha na escuridão e essa linha vai se tornando mais concreta até revelar o corpo da atriz. O suor se desprendendo da pele, os mínimos sons são importantes. É uma dança sexual, são os pormenores do prazer, vistos bem de perto. Com poucos planos mais gerais que mostrem as atrizes em corpo inteiro, o curta se resume ao olhar próximo. E mesmo os planos gerais são de uma beleza pictórica, reforçada pela fotografia em preto e branco. Fotografia que merece também ser destacada. Aprop é uma poesia em forma de filme. E da mesma forma que começa termina, a imagem escurece até restar apenas uma linha na escuridão. Aprop está na programação do CineSul.


Para acessar ao site do CineSul: www.cinesul.com.br/site_2008/festival.htm

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