O BLOG CURTAS entrevistou o diretor Rafael Saar, que está no circuito dos festivais com o curta Depois de Tudo.
Sinopse: "Depois da despedida, a espera. Depois da espera, a volta. Depois de tudo, o que mais querem é estar juntos, e um dia basta para que esperem pelo próximo."
BC - Como surgiu a idéia para o roteiro de “Depois de Tudo”?
"A idéia inicial era mostrar personagens e uma relação ainda inédita no cinema, a relação de dois homens maduros. Pelo menos no que eu conheço isso ainda é um tabu. E apesar de ser muito freqüente e natural ainda estava fora das representações, especialmente de personagens gays no cinema."
BC - Você escreveu o roteiro já com os atores em mente?
"O roteiro não foi escrito para os atores, mas acho que poderia ser uma possibilidade. Escrevi o roteiro em apenas um dia e na mesma semana o Ney e o Nildo toparam estar no projeto. Filmamos na semana seguinte, em um dia."
BC - Como foi feito o convite para o Ney e para o Nildo?
"Ney eu conheci no meu filme ainda inacabado “Homem-ave”, no qual ele faz a narração e é o personagem central. Nildo me foi apresentado pela atriz Isabella, e não tínhamos nenhum contato. Ele leu o roteiro e gostou, assim como foi com o Ney."
BC - Conte um pouco como foi a produção do curta - da idealização a conclusão. Li que vocês filmaram em 1 dia. Como foi isso?
"Tínhamos uma disponibilidade apertada dos atores e isto fez com que optássemos por fazer o filme em apenas um dia. A filmagem era relativamente simples, com três núcleos dentro de um apartamento. Tivemos um encontro com os atores antes da filmagem, e ali lemos o roteiro e conversamos. Não houve ensaios e acho que isso contribuiu para a linguagem que estávamos investindo. Neste período entre o fechamento do roteiro e a filmagem, passamos muito tempo dentro do apartamento trabalhando o cenário que tem uma importância muito grande na narrativa. O personagem do Nildo Parente mora no apartamento há bastante tempo, por isso criamos uma relação muito próxima do personagem com o espaço e os objetos. Daí a necessidade de conhecermos aquele apartamento muito bem.
Não trabalhamos com uma decupagem prévia, e conseguimos fazer tudo que nos propusemos a fazer, menos um plano que seria o único de fora do prédio e não aconteceu por causa do tempo apertado e da luz. Grande parte da equipe nunca tinha trabalhado comigo e isso acrescentou muito ao processo na medida em que tive que me adaptar a novas formas de realização.
O filme tem três momentos como eu disse. A chegada, em que ainda existe um distanciamento. Depois eles vêem o filme e passam a noite juntos. No terceiro momento, quando o personagem do Ney vai embora, existe um estranhamento de um personagem que deve partir e ao mesmo tempo deseja ficar, e de outro que tenta estender esta permanência. Na verdade ambos sabem que esta relação é assim há anos, e vivem bem assim.
O que fizemos foi filmar esta cena logo de cara, quando ainda havia um certo distanciamento em relação aos próprios personagens. Depois fomos para a cena inicial da chegada, na cozinha, em que fizemos os planos individuais e a primeira aproximação deles. Por último, fizemos a cena do quarto em que os dois atores já estavam muito mais próximos e cúmplices daquilo que estávamos construindo. Tenho certeza que isso ajudou muito."
"A idéia inicial era mostrar personagens e uma relação ainda inédita no cinema, a relação de dois homens maduros. Pelo menos no que eu conheço isso ainda é um tabu. E apesar de ser muito freqüente e natural ainda estava fora das representações, especialmente de personagens gays no cinema."
BC - Você escreveu o roteiro já com os atores em mente?
"O roteiro não foi escrito para os atores, mas acho que poderia ser uma possibilidade. Escrevi o roteiro em apenas um dia e na mesma semana o Ney e o Nildo toparam estar no projeto. Filmamos na semana seguinte, em um dia."
BC - Como foi feito o convite para o Ney e para o Nildo?
"Ney eu conheci no meu filme ainda inacabado “Homem-ave”, no qual ele faz a narração e é o personagem central. Nildo me foi apresentado pela atriz Isabella, e não tínhamos nenhum contato. Ele leu o roteiro e gostou, assim como foi com o Ney."
BC - Conte um pouco como foi a produção do curta - da idealização a conclusão. Li que vocês filmaram em 1 dia. Como foi isso?
"Tínhamos uma disponibilidade apertada dos atores e isto fez com que optássemos por fazer o filme em apenas um dia. A filmagem era relativamente simples, com três núcleos dentro de um apartamento. Tivemos um encontro com os atores antes da filmagem, e ali lemos o roteiro e conversamos. Não houve ensaios e acho que isso contribuiu para a linguagem que estávamos investindo. Neste período entre o fechamento do roteiro e a filmagem, passamos muito tempo dentro do apartamento trabalhando o cenário que tem uma importância muito grande na narrativa. O personagem do Nildo Parente mora no apartamento há bastante tempo, por isso criamos uma relação muito próxima do personagem com o espaço e os objetos. Daí a necessidade de conhecermos aquele apartamento muito bem.
Não trabalhamos com uma decupagem prévia, e conseguimos fazer tudo que nos propusemos a fazer, menos um plano que seria o único de fora do prédio e não aconteceu por causa do tempo apertado e da luz. Grande parte da equipe nunca tinha trabalhado comigo e isso acrescentou muito ao processo na medida em que tive que me adaptar a novas formas de realização.
O filme tem três momentos como eu disse. A chegada, em que ainda existe um distanciamento. Depois eles vêem o filme e passam a noite juntos. No terceiro momento, quando o personagem do Ney vai embora, existe um estranhamento de um personagem que deve partir e ao mesmo tempo deseja ficar, e de outro que tenta estender esta permanência. Na verdade ambos sabem que esta relação é assim há anos, e vivem bem assim.
O que fizemos foi filmar esta cena logo de cara, quando ainda havia um certo distanciamento em relação aos próprios personagens. Depois fomos para a cena inicial da chegada, na cozinha, em que fizemos os planos individuais e a primeira aproximação deles. Por último, fizemos a cena do quarto em que os dois atores já estavam muito mais próximos e cúmplices daquilo que estávamos construindo. Tenho certeza que isso ajudou muito."
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