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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Primeira Parte - Entrevista com Antonio Machado

Foto da equipe do filme: Quem é Cézar? - direção de Antonio Machado

Para quem ainda não viu "QUEM É CÉZAR?" - o filme está no BLOG CURTAS:

http://blogcurtas.blogspot.com/search?q=quem+%C3%A9+c%C3%A9zar%3F

BLOG CURTAS (BC) - Como surgiu a idéia de fazer esse filme?

"O argumento do filme surgiu após eu ter recebido o telefonema de uma mulher que insistia em afirmar que eu tinha tentado matar a mãe dela. Segundo ela, sua mãe era cardíaca, e eu havia ligado para casa dela para lhe dar uma notícia ruim, com a intenção de provocar nela um ataque do coração. Meses depois, eu descobri que a mulher era mitômana."

BC - Como foi o processo de produção, escolha de equipe e filmagem?

"O processo de produção foi a doideira que é fazer um curta universitário, na véspera ainda tem coisa pra confirmar. Eu comecei as filmagens sem atores escalados para alguns dos personagens, mas, enfim, como tudo mundo diz, “tudo dá certo no final”. Ou quase certo...hehehe! Eu escolhi a equipe, uma parte por indicação de outras pessoas lá da uff, e outra parte por já ter trabalhado com alguns. As filmagens foram bem divertidas, porque os atores improvisaram muito e, de vez em quando, saíam umas pérolas... A gente ria bastante e deixava a câmera rodando..."

BC - A intenção era fazer as pessoas acharem que era um documentário real e que Cezar realmente existe? Fale um pouco sobre isso.

"Na verdade, a intenção original era prender a atenção nos primeiros minutos do filme como se ele fosse uma pessoa real. Mas passados alguns minutos, fica impossível achar que ele é real, já que as contradições são grandes demais. E geralmente em um documentário a idéia é escolher um tema sobre a vida da pessoa e desenvolver. No Cézar, a idéia era justamente o contrário, de abrir o máximo possível. Acho que, por causa disso, não dá para achar que ele é real. Pode ser por um tempo, mas depois, dá para perceber que ele é uma invenção, ou que, pelo menos, há algo errado ali."


BC - Como foi o processo de criação dos personagens? Quais seriam os personagens essenciais para construir a vida de Cezar apenas através do discurso?

"A criação dos personagens teve a ver com as contradições. Os personagens foram criados de maneira que um fosse a antítese do outro. Por isso, há a fã/crítico, o ator/atriz, etc, em que um acaba anulando o que o outro está dizendo. Depois disso, eu criei outros que sempre aparecem em documentários biográficos, como a mãe, a pessoa que o descobriu e tal."

BC - Como foi a escolha do elenco? Foi difícil trabalhar com músicos e atores conhecidos?

"Com uma parte eu fiz teste, com a outra, eu convidei. Com a mãe, a fã e a enfermeira, fiz teste. Com o restante, eu convidei. Em relação ao fato de alguns serem famosos, dá um pouco de insegurança, mas eu conversei com eles antes, e, conforme eles iam aceitando, eu adaptava o roteiro a eles, com passagens da vida deles, para que eles se sentissem mais confortáveis em falar sobre o assunto."


BC - A produção do filme foi completamente independente?

"Bem, acho que sim. Ele foi todo filmado com o povo da uff, e a gente conseguiu alguns apoios fora, mas tudo na cara de pau, mesmo. Os atores e músicos, a gente foi convidando na cara dura, mesmo."

BC - Quanto tempo o filme levou para ficar pronto (do roteiro ao corte final)?

"Ah, o roteiro eu fiz há muito tempo, mas só voltei a tocar nele de novo em agosto, setembro do ano passado. A pré-produção ficou mais concentrada em outubro/novembro, e as filmagens rolaram em Nov/dez do ano passado. Eu comecei a editar em março ou abril e meio que terminei no final de junho. Eu mostrei para algumas pessoas, e o filme estava meio confuso, as pessoas não entendiam o final. Aí, a gente refilmou um pedaço da seqüência final em julho, assim como o depoimento da fã, porque havia dado problema no som. No final de julho, o filme estava pronto."

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