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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Entrevista - Bia Flecha

Foto da diretora Bia Flecha
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Entrevista com Bia Flecha - diretora do curta feito com câmera de celular: O dia em que o pneu carro da Alê saiu para dar um rolê
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Sinopse: A cidade sob o ponto de vista de uma câmera no pneu, uma pílula gigante e a reação das pessoas.
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O filme O dia em que o pneu carro da Alê saiu para dar um rolê dirigido por Bia Flecha que também escreveu o roteiro, usa toda a portabilidade que a ferramenta celular permite. As cenas do filme mostram a cidade sob o ponto de vista do pneu de um carro em rotação, uma pílula gigante e a reação que despertava nas pessoas. O roteiro foi escrito a partir da idéia de utilizar o diferencial do celular em relação ao tamanho de sua câmera. A diretora explica que quis fazer algo que seria trabalhoso se optasse por usar câmeras de produções convencionais, mas que pelo fato de ser pequeno e portátil, o celular teve atuação fundamental.
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Entrevista com Bia Flecha:
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Blog Curtas (BC) - O que te motivou a fazer um filme todo produzido em celular?
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... "Foi um convite da Nokia para o evento NOKIA TRENDS."
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BC - Como foi o processo de produção? A equipe contava com quantas pessoas?
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... "Em função do próprio conceito do roteiro, a produção foi feita por mim e minha assistente não envolvendo muita gente, exceto nas cenas finais na casa do ator Paulo César Peréio que tive 2 assistentes que ajudaram com a luz."
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BC - Fale um pouco da sua experiência com cinema. Você já tinha trabalhado em algum outro curta, ou longa metragem?
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... "Sim, fizemos aqui na Brasileira um concurso de roteiros para curtas-metragens chamado CRIECURTA onde dirigi 2 deles. Fiz também para o Festival Mix Brasil um roteiro vencedor do Show do Gongo. Agora estou com 2 projetos de longas encaminhados nas leis de incentivo."
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BC - Como surgiu a história do filme: “O dia em que o pneu do carro da Alê saiu para dar um role”?
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... "Quis aproveitar a facilidade do tamanho e peso da câmera do celular usando a possibilidade de explorar ângulos que com uma câmera tradicional seria muito difícil de fazer ou demandaria um esquema de traquitanas e fixacões complicados. Surgiu assim, fixando com silver tape o celular na roda do carro da Alê, minha assistente, por isso o título do filme."
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BC - Qual o significado daquela pílula gigante no filme?
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... "Estimular a curiosidade, não tem um significado especial exceto uma gag no filme."
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BC - O que você pensa da democratização das mídias digitais?
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... "Acho ótimo, possibilita que qualquer pesssoa seja um videomaker e faça seus próprios vídeos e conte suas estórias."
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BC - Você acha que um filme perde ao ser realizado em formatos mais simples como o de celular?
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... "Depende da proposta e finalidade do trabalho."
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BC - Vocês utilizaram outros equipamentos cinematográficos, como luz e maquinaria?
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... "Não, a luz foi só um “rebatedor’ com um pedaço de isopor na cena onde há o close do Peréio. Todo o resto foi feito com luminosidade natural dos ambientes e regulagens de luz da própria câmera."
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BC - Como você vê o curta-metragem no Brasil? Existe uma boa visibilidade?
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... "Sim, está cada vez mais divulgado, com mais festivais importantes que abrem espaço para este formato, O Canal Brasil exibe curtas."
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BC - Foi um desafio para você fazer um filme através do celular, depois de trabalhar com câmeras de alta qualidade e definição? Fale um pouco sobre essa experiência.
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... "Neste caso foi uma ótima surpresa já que a ótica das câmeras dos celulares Nokia é Carl Zeiss, fabricante também de lentes para câmeras de cinema 35/16 mm. O som digital também me impressionou muito."
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BC - Como foi o processo de pós-produção do filme? Como vocês editaram? Mexeram na imagem e no som?
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... "Descarreguei no final-cut da produtora para editar, não mexi na imagem por opção . Não usei o som original captado e sim editei uma trilha produzida pela YB."
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BC - Você gosta do resultado final do filme?
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... "Sim, muito."
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BC - Adorei a circularidade da imagem que o curta mostra, o que você pretendia com essa imagem?
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... "É a imagem captada pelo ponto de vista do pneu, o mais importante foi captar imagens de um ângulo onde o tamanho e peso da câmera fez a diferença."
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BC - O que você pensa do futuro do cinema nacional?
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... "Poxa, essa pergunta é complexa mas tentando responder em poucas palavras, acho que estamos em um momento ótimo, com produções muito boas que projetam nosso nome no exterior fazendo com que seja um produto de exportação. É importante pensar o cinema como um produto, um produto comercial, que faça dinheiro pois só assim seduzirá investidores pq hoje o caminho de investimentos fica através das leis de incentivo e editais."
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BC - Quais são os seus próximos projetos?
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... "Tenho dois roteiros de longa em busca de patrocínio, além da edição do CRIECURTA 2, também em busca de patrocínio."

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