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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Trópico das Cabras - Festval do Rio

Foto de making of do filme Trópico das Cabras - direção Fernando Coimbra


Um jogo de sedução, um road moovie, entre os planos silenciosos de Trópico das Cabras, apenas a voz em off do protagonista argentino. O diálogo entre o casal que parte para uma viagem sem destino, numa tentativa de redescobrir a paixão, só acontece em uma das últimas seqüências, e na verdade não faz a menor falta durante o resto do filme, pois as imagens têm o incrível dom de falar por elas mesmas. O personagem principal narra a história, falando sobre o fim do desejo pelo corpo da mulher que o acompanha. Os dois ao tentarem driblar a extinção da paixão, começam a entrar em um jogo sexual que envolve voyerismo, violência, sedução de outras pessoas, e uma enorme tensão sexual, que permanece por todo o filme. Mas como o personagem narra, inevitavelmente, seu desejo pelo corpo dela vai diminuindo, diminuindo, até não restar mais nada e depois até se transformar em uma espécie de asco. Mesmo depois disso o casal ainda permanece por um tempo junto, viajando no Chevette 79, descobrindo cidades, tirando fotografias com a maquina Polaroid, passando por lugares com paisagens maravilhosas. É nítido que ambos se compreendem sem necessidade de muitas palavras, como se em cada gesto se comunicassem perfeitamente. Mas também com igual nitidez, já não existe mais o amor. Talvez apenas a sombra de alguma paixão, que por ter sido grande, ainda os mantém unidos. Trópico das Cabras é um curta longo, com 24 minutos. Passou-me a impressão de possuir um potencial enorme para ter sido um longa-metragem, pois o filme envolve o expectador e ao terminar, deixa uma vontade de ver mais, de continuar desvendando aquela história e entrando na vida dos personagens. O que me impressionou também foi o cuidado do diretor na decupagem, belo plano em que vê-se o protagonista na frente, fumando um cigarro, e ao fundo, refletidos por um espelho, sua mulher transando com outro homem. Muito bonitos também os planos da estrada e vários outros. O que se deve também ao cuidado da fotografia, impecável. Trópico das Cabras lembra os filmes marginais, percorrendo lugares sujos, lidando com a crueza dos personagens que fazem da estrada, a vida. Sem dúvida um dos melhores curtas que tive a oportunidade de ver ultimamente. Trópico das Cabras está em cartaz no Festival do Rio 2008 e abre o longa “A Erva do Rato” do cineasta Júlio Bressane. O curta acabou de receber mais dois prêmios: Melhor Filme, e Melhor Montagem, do festival 6º Curta Santos.

Horário do filme no Festival do Rio:
Segunda-feira, dia 29/9, às 20h, no Cine Palácio 1
Terça, dia 30/9, às 15h30, no Cine Odeon Petrobras
Quarta, dia 1/10, às 15h40, no Cine Estação Vivo Gávea 3
Quarta, dia 1/10, às 22h10, no Cine Estação Vivo Gávea 3

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