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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O cinema universitário - como é produzir um curta (entrevista com J.C. Oliveira)

J.C. Oliveira é aluno de cinema da Universidade Federal Fluminense, já dirigiu dois filmes, sendo um deles em película 16mm. J.C. fala sobre o cinema universitário, conta como foi sua experiência como diretor e como é o processo de produção de um curta-metragem na faculdade.
O CARA ERRADO - FOTO Vivian Ribeiro
"Durante todo o tempo em que estou na UFF, tive a oportunidade de trabalhar em diversos curtas de estudantes da escola e pude dirigir dois. O Cara Errado, foi minha primeira direção, uma realização de livre-iniciativa, feito em mini-DV e R E M, filme da cadeira de Fotografia e Iluminação, feito em 16mm. Aprendi muito com ambos os filmes, que acabaram por dar certo devido ao esforço coletivo de suas equipes, mesmo com todas as dificuldades passadas por essas produções universitárias.
Dificuldades como falta de apoio, falta de dinheiro e falta de equipamentos exigem dos realizadores universitários uma capacidade de ter jogo de cintura e se virar com o que é possível, criando uma necessidade de inventividade muito grande. Não quero dizer, com isso, que os problemas sejam, no final, positivos, mas me faz pensar no quanto aprendemos com eles e o quanto não poderíamos fazer se pudéssemos contar com melhores condições de produção.
REM - FOTO Diego González
Um fator, a meu ver, balizador e importantíssimo para a produção no meio universitário é a liberdade de realização. Muito embora a UFF tenha suspendido a produção de filmes de livre iniciativa por falta de equipamentos e algumas escolas de cinema prefiram trabalhar com o sistema de bancas para escolher os “melhores” projetos para serem realizados, a liberdade criativa ainda existente nesse meio permite experimentações em obras que teriam maior dificuldade para serem realizadas fora das escolas. E essa liberdade é importante não só pela pluralidade de filmes resultantes mas também pela faceta de laboratório audiovisual que um curso de Cinema deve ter. Os erros, acertos e aprimoramentos fazem parte do aprendizado. O Cara Errado, por exemplo, é um filme do qual tenho muito orgulho, que, sem dúvida, foi bem realizado e no qual aprendi muito, mas R E M é um trabalho muito mais maduro, em grande parte devido à experiência que ganhei com O Cara Errado e com os diversos outros curtas no qual havia trabalhado anteriormente.
Toda essa mistura de dificuldades, inventividade, liberdade e experimentação pode ser encontrado no Festival Brasileiro de Cinema Universitário, que se constitui em um espaço bem democrático para exibição de curtas, em que mesmo as produções fora da Mostra Competitiva podem ser apreciadas pelo público em Mostras Informativas."

J.C. Oliveira é estudante do oitavo período de Cinema na Universidade Federal Fluminense, diretor dos curtas O Cara Errado e R E M e membro do grupo Caos e Cinema (http://www.caosecinema.com.br/ – site em construção).
REM E O CARA ERRADO ESTÃO NA MOSTRA INFORMATIVA DO FBCU:

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