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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Diga Alô

Brasil, 2008

“Um orelhão é instalado numa pequena comunidade da zona rural modificando a vida do lugar, principalmente a de Carlos, que passa a se ocupar em atender as ligações fazendo a ponte entre as pessoas do lugar.”

Pela estrada de terra, uma caminhote chega trazendo um orelhão, pára em frente a uma venda e o instala ali. É o primeiro telefone do povoado de poucos habitantes no interior rural. No início, as pessoas estranham um pouco o aparelho. Não sabem como funciona, ou o que é exatamente um cartão telefônico, mas em pouco tempo, todos estão familiarizados com o telefone e passam a usá-lo constantemente. Carlos, o dono da venda, é quem tem a vida mais alterada depois da instalação. Ele passa a atender todas as ligações e a chamar as pessoas. O filme que faz uma ponte entre o documental e a ficção tem um ótimo argumento: mostra como a instalação de um telefone público altera a vida das pessoas. Utilizando-se de uma fotografia de baixa resolução e com pouca variação de planos, Diga Alô, parece inclusive um apanhado de cenas de uma câmera de segurança, ou de uma câmera escondida. É uma linguagem diferente, pouco usada, mas de certo modo interessante. Chega a criar em alguns momentos a dúvida se aquela história é real, ou não. Isso também se deve ao excelente trabalho do ator que interpreta Carlos, que com o sotaque carregado, cria o típico dono de armazém do interior, que conhece a cidade inteira. A única frustração de Carlos é que as ligações que ele atende nunca são para ele mesmo. Mas isso não o impede de se sentir o dono do orelhão.

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